quarta-feira, 8 de dezembro de 2010


Minha avó materna teve 10 filhos. Dos filhos de minha avó só uma teve um só filho, o mais exagerado teve 7 filhos.
Ou seja, família grannnnde! Minha avó tinha uma mesa mágica, em dias normais ela tinha tamanho normal.
Mas, no Natal ela crescia junto com a quantidade de gente que tinha naquela casa. Um puxava de um lado, outro do outro, rsrss
e uma tábua fazia a mesa se agigantar. Não devia contar isso...é como contar como o mágico advinha qual é a carta.
Bem, não é como a mesa crescia que interessa! Ela crescia....em tudo. Era uma profusão de cores e sabores, cada um que chegava trazia sua especialidade e iam colocando ali. Mas, com todos odores e sabores não era ali o lugar mais atraente.
Ali era o lugar dos adultos, eles ficavam comendo, bebendo, conversando.
Enquanto nós crianças contávamos um para os outros o que tínhamos pedido em nossas cartinhas. E dividíamos as expectativas se seríamos atendidos ou não. Nos intervalos brincávamos de pique, roda, mas sempre de olho no céu para ver se o trenó estava vindo, os se ouviríamos o barulho dos sinos das renas. Volta e meia perguntávamos para algum adulto se Papai Noel viria mesmo, se não estava na hora. Eles diziam: " calma, ele virá. Mas, só chega a meia-noite." E voltávamos para as brincadeiras.
Até que de repente alguém dizia: "ele está chegando", ouvíamos um sininho e de repente lá estava ele: Papai Noel na sala de minha avó, com aquele jeito de velhinho, curvado, mas com seu saco com todos os nossos sonhos! A minha boneca! Exatamente como eu pedi! E naquele saco saia presente para todas aquelas crianças. Que velhinho mais danado! Vem, traz o que pedimos, nunca se esquece de nada, nem ninguém! Uma vez perguntei a minha mãe: como ele consegue estar a meia noite na casa de todas as crianças do mundo? Ela respondeu:" ora, é porque ele é Papai Noel e as renas ajudam." Papai Noel era justo, eu tinha sido uma boa menina e ele reconhecia isso, nunca falhava.
Obrigada minha avó, meus pais, meus tios e tias, primos e primas. Vocês me fizeram ter a ilusão da infância, que assegurava que a vida é justa, que se pode ter esperança. Vez por outra, a dureza da vida de adulta me faz duvidar disso, mas a lembrança daquela casa cheia de pessoas e afeto são um grande antídoto contra a falta de fé e esperança.

Resolvi partilhar essas reminicências porque cada carinho e gentileza que recebo de um amigo, me remetem a esse sentimento de certeza e confiança que esse natais me alimentavam.

Aos meus amigos e familiares meu agradecimento pelo sentimento de pertencimento, de não estar só.
E meu desejo que o Natal esteja presente na vida de vocês, principalmente nos momentos difíceis.

Feliz Natal e um 2011 de paz e esperança

Isis Figueiredo

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