sábado, 19 de fevereiro de 2011

videos fashion





Ralph Lauren
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Calvin Klein
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DKNY
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Marc Jakobs
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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

COMO USAR O BATOM VERMELHO

"Beleza, para mim, é estar confortável na própria pele. Isso ou um batom vermelho estoteante."
                                                                                                               Gwyneth Paltrow

                          Nada expressa tanto o glamour de Hollywood como o batom vermelho.
                                                                  Os mais cobiçados:

                                                                o Red n° 5 da Chanel,
                                                                o Ruby Woo da Mac,
                                                                Red Angel da Clinique, 
                                                                Really Red da Cover Girl,
                                                                Red Desire da Lancôme, etc..






                                                 
                                                                                DICAS


 Para peles claras: prefira um vermelho com traços suaves de azul
Para peles avermelhadas:  vermelho rosado
Pele cor de oliva:vermelhos quentes com base laranja, dourada ou marrom
Pele morena: vermelho fúcsia

O batom vermelho já diz tudo! Não exagere nos olhos e cia...
  

                                             COMO APLICÁ-LO


Aplique um hidratante labial  primeiro e depois uma fina camada de base.
Com a base seca, acrescente uma camada de pó facial, o que ajudará a fixar o batom para que dure por mais tempo.
Em seguida, delineie os lábios com um lápis que combine com seu batom. Mantenha a linha natural dos lábios.
Aplique uma camada firme e uniforme de batom.
Seque. Lembre -se sempre de secar!
Aplique uma segunda camada e você estaá pronta para sair.



 

Nascimento e Mudanças

Ansiedades na Situação de parto

Trataremos das ansiedades que ocorrem em diversos momentos, desde os primeiros sintomas até a finalização do parto.
Começaremos por destacar o significado biológico do processo: a separação de dois organismos que até esse momento viveram juntos, um dentro do outro e a expensas deste, numa relação de total dependência e de íntimo contato permanente. A partir da expulsão, a criança adquire vida própria, devendo, nesse mesmo instante, encarregar-se de uma variedade de funções fisiológicas que até então eram cumpridas pela mãe, como a respiração, a alimentação, a evacuação, etc.
Os Primeiros Sintomas
A percepção das contrações de dilatação é variável, inclusive nas primíparas. A ansiedade de não saber o que vai acontecer, tudo que escutou da experiência de outras mulheres, e o próprio fato de se separar do bebê são fonte de ansiedade para a mulher.
Sobre a separação do bebê não é difícil constatar, durante a gestação a maioria das mulheres vivem um sentimento de plenitude narcísica, em geral, a gravidez é valorizada e idealizada, mulheres grávidas são identificadas com a virgem Maria, santificadas! Nunca com Eva a mulher que realmente comeu a maçã. Além desse reforço narcísico, a separação pode levar algum tempo para ser elaborada, o nascimento psicológico da criança para a mãe pode não coincidir com o nascimento biológico da criança.
Qual enfermeira ou obstetra já não viu uma puérpera passando a mão sobre a barriga e falar de seu estranhamento em relação a esse novo vazio?
O Internamento no Hospital
Mais ansiedade, o hospital vai aceitá-la? Será que vai se bem atendida? Se for em instituição pública esse temor é muito maior. Será que vão ligar para sua dor?
O Processo de Dilatação
A culminância do processo de dilatação traz consigo uma modificação nas sensações. O apoio da cabeça do feto no assoalho perineal e a conseqüente compressão do reto produzem estímulos de tipo reflexo evacuativo anal que, além de surpreender e assustar, são de algum modo dolorosos.
Se a angústia traumática, às vezes exacerbada por um nascimento difícil, se une a uma intensa ansiedade de castração ou de esvaziamento, a crise do período de transição assume características dramáticas, psíquica e fisicamente. Além do estado de excitação, com gritos e gestos bruscos, podem produzir-se fenômenos de delírio, com elementos persecutórios contra enfermeiras, familiares, ou ,às vezes, o próprio filho.Em outros casos, instale-se um estado de retraimento,às vezes com características catatônicas.Entre os sintomas somáticos intensos, mencionaremos a inércia uterina, ou a temida eclampsia,ou a aceleração das contrações uterinas em forma perigosa para o feto.
            Tudo isso revela a necessidade da condução psicológica da parturiente, nesse momento, por parte de pessoas especializadas e familiarizadas com tais quadros, isto é, obstetras,atendentes,enfermeiras,etc.Sem dúvida, se a personalidade da gestante foi devidamente estudada durante a preparação,pode -se  prevenir as crises, diminuindo sua intensidade,já que os profissionais estão de posse de recursos mais amplos para resolvê-las.A farmacopéia atual é um aliado valioso,mas seu emprego se torna muito eficaz quando se adota o enfoque psicológico conveniente.

Por que achei importante abordar a ansiedade do parto antes de falar em depressão puerperal?
Porque muitas vezes na hora que o bebê está nascendo a paciente regride emocionalmente, pode agredir a equipe, não colaborar fechando as pernas ( o que angustia a equipe pelas conseqüências que isso pode trazer para o bebê), a paciente dizer que não quer o bebê , não olhá-lo são comportamentos possíveis nesse momento que passada algumas horas do parto, o comportamento da paciente em relação ao bebê pode mudar integralmente. E um comportamento deste observado pela equipe pode ser avaliado como uma possível depressão ou psicose puerperal quando muitas vezes é uma ansiedade pertinente a hora do pa

 A DEPRESSÃO PUERPERAL

Primeiros dias que se seguem ao Parto:

  1. Mudança no centro de gravidade do corpo:

Uma das primeiras tarefas é retomar posse de seu corpo. Constatar que não é o mesmo, tem nova aparência, e que deve preencher novas funções.

A fragilidade psíquica vivida com a mudança acarretada por esse novo nascimento, durante esses primeiros dias, tudo é motivo para pequenos dramas.

O que acontece a mulher, após o parto não é, de forma alguma, o radioso paraíso com o qual a lenda anuncia a chegada do bebê.

Uma das primeiras decepções da mulher, nos momentos que se seguem ao parto refere-se ao seu próprio corpo. Muitas imaginam que, logo depois de o bebê nascer, vão retomar suas formas anteriores de imediato.
A essa mudança física se coloca uma ainda mais significativa, a mulher que antes era a filhinha de seus pais, portadora desse novo corpo marcado pela experiência da gravidez agora passa a um novo lugar cheio de significados: o de ser mãe.
Essa mudança não só mexe com o psiquismo da mulher como com a relação com o marido.
Enquanto alguns, mulheres e/ou homens, não vêem incompatibilidade entre sua função de mãe e seu papel de esposa e mulher sedutora, e conseguem conciliar esses papéis sem dificuldades, outras, quando se tornam mães, cumprem sua função de mãe e abandonam toda a sedução. Alguns por sua vez, mesmo durante a gravidez não conseguem ter relações sexuais com suas mulheres, uma das desculpas freqüentes é a fantasia de que irão machucar o bebê. Para alguns casais um dos motivos de depressão puerperal se deve a esse novo ajuste, algumas mulheres se sentem incapazes de saírem do lugar de filha, necessitam da presença de suas mães nos cuidados do bebê, se sentem inseguras e impotentes diante do bebê. Outras, se sentem só e ameaçados com o afastamento do marido, seja porque este também não consegue abandonar seu lugar de ser cuidado/paparicado para o de cuidador. São homens que nesse período inventam todo tipo de compromisso, do jogo de futebol a uma dedicação maior ao trabalho que os mantenham afastado de casa e de sua nova responsabilidade e lugar de pai. Ou que se sentem perdidos frente a essa mulher, antes desejada, agora santificada pela maternidade e por isso intocável. Como se relacionar integralmente com essa mulher? Alguns casais adotam uma nova forma de se chamarem, se antes era: “meu amor”, “meu chuchu”, etc...
Agora passa a: “mãe” “pai”, num linguajar coloquial, como comer a mãe?

Junte-se a essas transformações a premência dos cuidados ao bebê que não deixam tempo livre para que a mulher cuide de si mesma. Há uma urgência: a atenção ao bebê. A atenção a seu próprio corpo e atenção ao marido são relegados a segundo plano.
É necessário tempo para reconstruir a mulher social, destituída no parto.

A relação da mulher com o hospital

Muitas mulheres têm a ilusão de que o hospital é um lugar de repouso e quietude.
Só se dão conta da balbúrdia que agita os corredores, as enfermeiras que circulam, o barulho dos elevadores, os carrinhos de alimentação, os baldes e vassouras do pessoal da limpeza é uma realidade que muitas só experimentaram após o parto. Algumas se sentiram prazer com essa vida coletiva, incluindo aí as trocas entre as próprias puérperas, outras se sentirão invadidas, desejando intensamente receberem alta para voltarem para suas casas, para retomarem suas rotinas longe das pressões coletivas.

Palavras da Equipe Profissional

Palavras durante o parto quando a mãe não ajuda na expulsão e alguém da equipe diz: “ você quer matar seu filho?” ou no puerpério: “ você não quer cuidar do seu bebê?!” ou “não quer amamentá-lo” ou “ seu bebê é nervosinho, hein !”. Ou “ que bonitinho”, “ que forte”, “grande!”.
Essas palavras contam, porque a medida que é dita por pessoal “competente” pode virar adesivo, verdade absoluta, destino inelutável.

Sobre Amamentação

É incontestável os benefícios da amamentação, como também é incontestável o mal que pode ser feito a uma mulher quando a equipe a acusa de não ser boa mãe porque não amamenta. Ela deve ser auxiliada porque sabemos que o início desse processo é difícil, mas ser respeitada no seu direito e desejo de amamentar. Porque o que conta é como cada uma pode exercer e descobrir sua melhor maneira de ser mãe.

Tomada de Consciência da Separação

Nos dias que se seguem ao nascimento, cada mulher vai viver, à sua maneira e com seu ritmo, essa aventura de reconhecimento do outro, preliminar indispensável para o encontro. Para algumas, essa tomada de consciência e esse reconhecimento são imediatos, porque elas estavam psicologicamente preparadas para isso. Para outras, essa tomada de consciência é mais dolorosa e o reconhecimento demanda mais tempo, passando por etapas especiais. Determinada mulher, que permanece inconscientemente a filhinha de sua mãe, pode se sentir em posição de rivalidade, em relação a esse bebê. Outra fica impossibilitada de reconhecer a alteridade de seu filho.

Nessa tomada de consciência a equipe do hospital pode ajudar quando ao se dirigir ao bebê tratá-lo como um sujeito e não como um corpo a ser cuidado. Um sujeito com nome, com status de “pessoa”

Depressão Puerperal ou “Baby blues”

Mais ou menos pelo terceiro dia, quando a mulher menos espera algo balança dentro dela e ela vira ao avesso. É o momento em que a episiotomia ( quando há uma) começa a cicatrizar e incomodar de outro modo, ela começa a se acostumar com esse bebê e uma pequena contrariedade a faz cair num mar de lágrimas.
Tudo é motivo para drama.
Trata-se de estado depressivo benigno, habitualmente transitório, que aparece na grande maioria das mulheres que acabaram de ter um parto. As estatísticas oscilam entre 70% a 90%.

É preciso discriminar esses estados das descompensações psíquicas graves

No baby blues os sintomas são intermitentes e aos poucos a mulher vai adquirindo confiança em si mesma.

Psicose Puerperal

Na psicose puerperal há uma intolerabilidade de que esta separação se efetue, pois durante a gravidez o "infans" foi investido na fantasia inconsciente da mãe como uma criança mítica, objeto de plenitude a ser reencontrado. Portanto, quando o bebê nasce não se encaixando na fantasia inconsciente da mãe, é sentido por esta como um objeto que ela não reconhece, massa corporal que muitas vezes assume a conotação de objeto persecutório e agressivo. Aqui, a dor não expressa a perda de um pedaço de si mesma, mas sim o trauma diante de um objeto estranho do qual ela não consegue dar conta. Portanto, mais que uma dor, é um horror.
        A gravidez, o nascimento de um filho, muitas vezes desejado, desejo esse que só justificado parcialmente. Quantas casais sabem realmente o sentido que buscam nesse nascimento. Só o desejo de construir uma família? Unir um casal ? Preencher um vazio existencial? Presentear a família? Colocar vida, num momento em que a família tem uma ameça de perda.
Há que vem esse bebê? Que expectativas, sonhos, medos são imantados nesse ser?
E o casal será merecedor de um bebê que atenda a esses sonhos? Vai ganhar um presente ou uma punição?
E aquele homem e aquela mulher que se desejaram, que resolveram dividir casa/comida/roupa lavada,
manterão seu compromisso de parceria? Seu desejo, tesão se manterão nesses novos corpos de mulher/mãe x homem/pai?
A toda essa nova configuração que o mercado louva com algo tão santificado, se apresentam vivências não tão coloridas assim.
O propósito dessas palavras são para que os casais que estão estranhando experimentar desconforto em algo que lhes disseram ser paradisíaco não se sintam ETs, saibam que se sentirem impotentes, cansados, com medo é normal e faz parte de um processo, que com todos esses ajustes e dificuldades ainda vale a pena! 
Meus parabéns aos que se aventuraram  a ser pais, e aos que optaram por não ser também.
Porque nas duas situações há que se ter coragem.
Isis Figueiredo




terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Remédio para TDAH ajuda crianças ou escolas?

Heloisa Villela: Remédio para TDAH ajuda crianças ou escolas?

por  Heloisa Villela, em Washington
Acho que acontece com todo mundo. Basta ficar ensimesmada com um assunto para que eu comece a receber, de toda parte, as mais variadas informações sobre o tema. Assim tem sido, ultimamente, com a tal da ADHD aqui nos Estados Unidos, conhecida, no Brasil, como TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade). Pois uma amiga que trabalha com pesquisas na área de neurologia e também vive encasquetada com a aparente epidemia que tomou conta do país — e dá sinais de estar se espalhando pelo mundo — me mandou o nome de um livro que corri, comprei e li imediatamente.
“Anatomia de uma epidemia” (tradução literal para o português já que ainda não existe versão na nossa língua) é do escritor Robert Whitaker, ganhador de prêmios na área de jornalismo científico. Ele traça um cuidadoso histórico do aumento das doenças mentais (em número de casos per capita e de variedades de doenças também) nos últimos cinquenta anos. E analisa, com base nas pesquisas médicas, o surgimento e uso de remédios no tratamento da depressão, da esquizofrenia, da bipolaridade, etc.
Robert Whitaker cita cientistas que tinham bons cargos e prestígio mas foram afastados e considerados malditos quando enveredaram por pesquisas que mostravam resultados de longo prazo melhores para o tratamento das doenças mentais que dispensavam os remédios. Falando assim, parece leviano já que tantos casos graves necessitam da farmacologia para evitar desfechos dramáticos. São conhecidos os exemplos de pessoas que, em crise, acabaram escolhendo o suicídio. Então, que fique claro antes de mais nada: não se trata de negar a existência das doenças mentais ou a necessidade de tratamento medicamentoso. Mas o livro discute, com profundidade e profusão de exemplos de pesquisas científicas, a validade do uso dos remédios para a maioria dos casos.
Por exemplo, a doutora Nancy Andreasen, que usou a ressonância magnética para acompanhar mudanças no cérebro de pacientes psicóticos por cinco anos, constatou uma redução progressiva do volume do lobo frontal, acompanhada de perda de habilidades cognitivas. Em uma entrevista ao The New York Times, em 2008, ela afirmou: “Quanto mais remédio você toma, mais perde tecido cerebral”.
Whitaker ressalta, sempre citando resultados de pesquisas feitas por psicólogos e psiquiatras, que os ciclos de crises depressivas, de ansiedade, surtos psicóticos e esquizofrênicos podem se tornar mais freqüentes em certos pacientes medicados.  Ele também deixa claro que, apesar de ser lugar comum falar da depressão como um desequilíbrio químico no cérebro, não existe nenhuma prova científica direta que suporte essa afirmação tão popular. Até hoje, há evidências indiretas.
Não vou me alongar, ainda mais, nas constatações a respeito de todas as doenças mentais, diagnósticos e tratamentos. Me concentro na TDAH que é o capítulo mais curto do livro e o que mais me interessa. Ao analisar o que está acontecendo com essa nova síndrome, o escritor encontrou muitas semelhanças com o desenvolvimento do diagnóstico de outras doenças e, principalmente, com a dinâmica do tratamento, o trabalho conjunto dos psiquiatras (americanos em geral) e da indústria farmacêutica para promover  a medicação como única saída. Me preocupa ver o poder financeiro que essas empresas têm associado ao respeito e à reverência que normalmente emprestamos a todos os profissionais da área médica e o pragmatismo da sociedade americana que quer sempre respostas rápidas e objetivas para tudo.
Voltando a TDAH. Estamos falando em medicar e alterar, talvez para sempre, a química do cérebro de crianças de 6, 7 ou 8 anos de idade. E pior, sem saber exatamente o que está sendo alterado! Os mesmos psiquiatras, que receitam os remédios, não sabem dizer quais serão as consequências na vida daquele paciente mirim, dentro de 12, 15 ou 20 anos. Mas ressaltam que tudo é uma questão de custo/benefício. “Não é melhor a criança conseguir se concentrar para assistir aula e fazer os deveres?”, costumam perguntar. Uma amiga minha ouviu o seguinte: “Você não quer que o ambiente, na sua casa, se torne mais tranquilo?” Mãe de quatro filhos, o mais velho com 9 anos, ela garantiu que não. Se estivesse procurando sossego, não teria uma prole tão vasta.
Se os psiquiatras não sabem dizer o que vai acontecer com as crianças medicadas, as estatísticas já dão motivo de sobra para preocupação. Os estimulantes  usados para tratar a TDAH (ritalina e seus derivados) provocam uma montanha-russa diária nos sentimentos da criança. Ela sente o coração apressado pela manhã, depois de tomar o remédio. Algo estranho se passando por dentro do corpo, que deixa a criança quieta, calada e atenta. No fim do dia, normalmente, existe uma explosão de raiva, choro. É como diz o Whitaker: “Toda criança, sob o efeito de estimulantes, se torna um pouco bipolar”.
O doutor Joseph Biederman e a equipe do Massachussetts General Hospital mostraram, em 1996, que 11% das crianças diagnosticadas com TDHA, quatro anos depois foram diagnosticadas com bipolaridade, doença que não fazia parte do quadro inicial. Em 2003, o psiquiatra Rif ElMallakh, da Universidade de Louisville, costatou que 62% dos pacientes jovens com bipolaridade já haviam sido tratados com estimulantes e antidepressivos antes de apresentarem bipolaridade. E Gianni Faedda descobriu que 84% das crianças tratadas com bipolaridade na Luci Bini Mood Disorders Clinic, de Nova York, entre 1998 e 2000, já tinham sido expostas a remédios psiquiátricos.
Aí, o escritor mostra como o uso de estimulantes, como a ritalina, no tratamento de crianças consideradas hiperativas, “coincidiu”, uma década e pouco depois, com a explosão de casos de bipolaridade juvenil. Psiquiatras holandeses estudaram um fato curioso: em 2001 tinham apenas 39 casos de bipolaridade infantil em todo o país. Compararam os dados com as estatísticas americanas onde a probabilidade de um jovem apresentar sintomas de bipolaridade antes dos 20 anos de idade é dez vezes maior e concluíram que o motivo mais provável para uma diferença tão grande é o fato de que o índice de prescrição de estimulantes e antidepressivos, para crianças, nos Estados Unidos, é muito mais alto.
Fato é que as crianças medicadas se tornam mais dóceis, mais administráveis em casa e na sala de aula. Mas todos os estudos mostram, também, que não existe vantagem para a criança, em matéria de desempenho escolar. Ou seja, ela não aprende mais, não passa a ter notas melhores porque está sendo tratada com estimulantes.  Aqui vão alguns exemplos:
* Doutor Alan Sroufe, da Universidade de Minnesota, em 1973, disse que o remédio ajuda no desempenho das atividades repetitivas que precisam de mais atenção mas não afeta, positivamente, a capacidade de raciocinar, solucionar problemas e aprender.
* Doutor Herbert Rie, do Departamento de Pediatria da Universidade Estadual de Ohio, em estudo de 1978, concluiu: “A ritalina não provocou nenhuma melhoria de vocabulário, leitura, ortografia e matemática além de atrapalhar a habilidade de resolver problemas. Reduz o empenho necessário para aprender”.  O artigo diz que a ritalina afeta o comportamento mas não tem impacto sobre a capacidade de aprender e ainda pode mascarar problemas acadêmicos. Ele pede que o remédio seja usado com reserva.
* Russell Barkley, Medical College of Wisconsin: “O principal efeito dos estimulantes parace ser a melhoria na capacidade de administrar a classe e não o desempenho acadêmico”.
* Carol Whalen, psicóloga da Universidade da Califórnia em Irvine, em 1997: “é especialmente preocupante que os efeitos negativos se dão nas funções cognitivas complexas, como a flexibilidade para resolver problemas ou o pensamento divergente”.
Em 2002, um grupo canadense fez uma revisão da literatura científica: analisou 14 estudos envolvendo 1.379 jovens e concluiu que não existe evidência de melhoria no desempenho acadêmico para as crianças que tomam estimulantes.
Nos anos 90, uma equipe de especialistas em ADHD foi selecionada pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos (NIMH, sigla em inglês) para fazer um estudo chamado Multisite Multimodal Treatment Study of Children with ADHD, que concluiu: “A eficiência de longo prazo dos medicamentos estimulantes não foi demonstrada para nenhum domínio do funcionamento da criança”.
Duvido que professores e diretores das escolas americanas, que descrevem os estimulantes como algo simples e necessário tal qual os óculos para os míopes, tenham alguma noção a respeito das possíveis consequências da medicação no longo prazo. Duvido que saibam diferenciar entre uma criança que tem problemas mentais agudos e talvez precise de remédios, de outra com alguma dificuldade de aprendizagem associada a um momento pessoal difícil, que produz um quadro parecido com a TDAH. Mas eles são rápidos em sugerir uma visita ao pediatra ou, imediatamente, ao psiquiatra. E a avaliação dos professores, a respeito do comportamento dos alunos, em sala de aula, tem um peso enorme no diagnóstico final. Me parece que o assunto é muito sério e que os professores, por melhores que sejam, não estão capacitados para sugerir a necessidade de algum tratamento psiquiátrico.
Os remédios, com certeza, tornam mais administrável a sala de aula com quase 30 crianças. Já pensou se várias forem levadas da breca? Não pararem sentadas um minuto? Todas levam para a classe os problemas que trazem de casa. Mas eu sempre me pergunto o que faziam a Tia Rosa e a Tia Bela (juro que esses eram os nomes das minhas professoras primárias!). Também tínhamos uma sala de aula cheia. E me lembro bem de ter de sentar ao lado do pestinha da turma e chegar em casa com as maria-chiquinhas destroçadas de tanto que ele puxava meu cabelo, tentando sair da carteira. O que será que essas Tias-professoras têm a dizer dessa epidemia de TDAH?